E as escolhas para passar a crise
A crise do Covid 19 possui uma curva inerente à sua evolução, relatada, explicada e justificada cientificamente por especialistas, diariamente.
Alinhada a esta existe outra curva, esta descreve o estado psicológico da população, espelhando os diversos sentimentos de perplexidade, temor, esperança, muitos reflexo do confinamento, descrença, irritação, entre outras questões que se entrelaçam neste momento tão especial.
Mais uma vez: podemos sim escolher como passar pela crise.
Vejo em muitos que, a princípio encorajados pelo espírito de luta e esperança, começam a reagir desacreditando. Deixando-se “solto” à mercê de sentimentos contraditórios, começando a reagir mal ao “confinamento”.
Vamos lá, isso é normal, não há soluções definitivas, mas, mais uma vez: podemos sim escolher como passar pela crise.
Há pequenas atividades que irão construir e fortalecer uma importante atitude de enfrentamento, colaborando para o fortalecimento emocional pessoal e por conseguinte de todos os que o cercam.
Trabalhar em Home Office (de acordo com sua atividade); requer disciplina, estabeleça uma rotina, mantenha-se a você e o local arrumados, estabeleça horários, não se largue.
Arrumar gavetas, armários, descartar, doar, mesmo vender artigos que não são mais úteis.
Tomar sol, aproveitar os raios da manhã que se insinuam pela janela – quem tem acesso.
Ler, aproveite para por em dia aqueles livros que estão te esperando na estantes; aproveite para doar livros para quem não tem recursos.
Assistir bons filmes, documentários, séries, há bons conteúdos em diversas plataformas e na internet.
Escutar música, sem enlouquecer o vizinho com o volume, ele também existe, não esqueça que e o seu gosto pode ser diferente do dele.
Fazer alongamentos e outros exercícios, (muitos profissionais estão disponibilizando atividades na internet).
Aproveitar, como em nenhum outro momento. Estamos sendo forçados a viver um dia de cada vez, é uma oportunidade, procure usar isto a seu favor, não contra você e os seus.
Brincar com os filhos, criando alternativas criativas, aproveitar para estreitar laços, intimidade, fortalecer elos, da mesma forma interessar-se pelo outro, da sua família, amigos; que mora com você, e o que não mora; pelos idosos bem como pessoas de baixa renda, que todos conhecemos, e se encontram na mesma situação, muitos bem mais dramáticas, que não têm com quem dividir, sem nunca descuidar das recomendações de isolamento.
Não “alugar” ou sobrecarregue o outro, com questões como se fosse uma vítima, a única a estar passando por uma crise mundial nunca antes dimensionada, substitua pelo troca, o diálogo.
Informar-se – de forma equilibrada -, neste momento, como em qualquer outro, a informação é fundamental, mas com bom senso, você não precisa saber cada morte e cada confirmação de diagnóstico, três vezes por dia.
Ajudar, procurar saber como você pode ter um olhar, considerar e amar o outro, isso diminui muito a pressão, sempre sem relaxar com as medidas de prevenção.
Cuidar de si e do outro de forma equilibrada; descuidar-se de si, neste momento, como em outros, é por o outro em risco, o coletivo importa.
Cuidar sem patrulhar, o primeiro está relacionado à solidariedade, o segundo a controle; a crise atual não pode ser usada como desculpa para atitudes abusivas nos diferentes aspectos, desde as relações pessoais, familiares, sociais quanto as com o estado.
Cuidar dos nossos queridos pets, o que inclui brincar, além de trabalhar durante todo o dia, e embora acostumados já que trabalho em Home Office há quase 20 anos, sinto que meus gatos são sensíveis ao momento, e como qualquer “filho” reagem de acordo, assim jogo futebol com bolas de papel, brinco de esconde-esconde e pega-pega o que distrai e relaxa.
Cozinhar, tentar novos pratos, aprenda coisas novas.
Estudar, há opção de muitos cursos online, inclusive gratuitos.
Aproveitar, como em nenhum outro momento. Estamos sendo forçados a viver um dia de cada vez, é uma oportunidade, procure usar isto a seu favor, não contra você e os seus.
Não se jogar no sofá, o dia inteiro de pijamas, assistindo a qualquer coisa, “ingerindo biscoito, com refrigerante”; se for fazer isso faça com parcimônia, para relaxar e não se abandonar, não torne um hábito, o que pode se tornar um alimento para depressão.
Procurar ajuda; é muito comum que, com a passagem do tempo, em determinados momentos, pessoas que se sentiam fortes para lutar e enfrentar a crise, comecem a ratear, sentir desânimo e descrença, aliadas as preocupações com o futuro e, com prolongamento da crise e informações que chegam diariamente; Muitos se tornam mais fechados, arredios mostrando sinais de isolamento emocional e depressão, outros querem furar a quarentena, negando os riscos, expondo-se e aos outros.
Finalmente, recomendo a pessoas que estão em fases de intenso stress gerado por mudanças repentinas, o que parece oportuno, (a quem possa), assistir o filme Essa e Minha Vida [How I Live Now], o filme inglês, de 2013, com a direção de Kevin Macdonald, é protagonizado por Saroise Ronan, que faz o papel de Daisy, uma adolescente de novayorkina, sem mãe, auto-centrada, muito preocupada consigo e seus problemas, os quais tomam todo seu tempo, é obrigada pelo pai a viajar para a casa de amigos na Inglaterra, quando “estoura” a Terceira Guerra; de seu mundo super valorizado, (onde comer chocolate em excesso e roer unha eram suas preocupações), é obrigada a sair e de si mesma, enfrentar a crise, buscar soluções, observar, aprender com a experiência, amadurecer, cuidar de si e dos outros, e sobreviver; Muito interessante, o filme é uma lição, capaz de mostrar como temos alternativas, potencialidades latentes, o poder da resiliência.
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